quinta-feira, 17 de outubro de 2013

De quem é a responsabilidade da violência?



Primeiramente, preciso dizer que em nenhum momento quero isentar a responsabilidade que cabe as autoridades. Mas, não posso deixar de trazer minhas observações sobre o assunto:

O que vejo é que para se falar em violência e reclamar sobre a situação que aí está, é  necessário entender que ela não é parte de um grupo, um município,  um estado ou um país inteiro, mas de todo o mundo. Para medi-la também é importante definir qual o tipo de violência: doméstica, urbana, sexual, psicológica??? Bom, o fato é que há esses e outros tipos generalizados em todo o mundo. Há altos índices de xenofobia na Espanha, de violência sexual na Índia, de bullying em países considerados justos socialmente, bem como também, terrorismo, escravidão (absurdo, mas existe!), tráfico de pessoas e obviamente crimes dos mais variados.

Em se tratando de Brasil, os números de criminalidade assustam e daí  minha reflexão sobre o tema.

Mesmo sem ser uma expert no assunto, percebo que há uma parte da sociedade que considera normal fazer uso de maconha, dentre outras drogas ilícitas. O que esses usuários não percebem é que esse tipo de consumo, alimenta o tráfico, que compra armas, que enriquece traficantes e marginaliza crianças e adolescentes que comercializam a droga entre o usuário e o traficante na grande maioria das vezes. 

É grande o número de assaltantes que cometem o crime para comprar entorpecentes. É grande também o número de intelectuais, classe média e alta da sociedade, considerada mais esclarecida (inteligente???) que fazem o uso e não percebem a responsabilidade que os cabe na sociedade a que pertencem.
Essa semana, fazendo uma pesquisa para um artigo da faculdade sobre Dependência Química, pude constatar com um profissional que atua na área, que o primeiro contato dos dependentes se dá com o álcool e a maconha. E isso, não é difícil de imaginar porquê!

Outro aspecto a ser considerado, para os altos índices de assalto é o elevado grau de consumismo gerado pela sociedade. A necessidade de se possuir o lançamento do tablet da marca X, o celular, o notebook... Tem saído do normal. Ás vezes, a compra é feita apenas para mostrar status e nem sempre para satisfazer uma necessidade coerente. Mas estou abordando isso, chamando atenção para o seguinte: Do mesmo modo que uma pessoa com condições deseja tal produto, o sem condições deseja também.  E essa ânsia por tal objeto é alarmante quando a compra de produtos roubados torna-se banal. Como assim? É simples! Muitos dos produtos roubados, são vendidos livremente. Muitas vezes compradas por pessoas "honestas" e desinformadas. Não responsabilizo apenas as autoridades competentes pela fiscalização,  ou melhor ausência de tal ato,  mas também o sujeito que compra e contribue para novos roubos, novos assaltos.

Um outro alerta e aí sim me reporto as autoridades brasileiras, é referente a Justiça. Ou ausência dela. A facilidade com que criminosos são soltos, a flexibilidade exacerbada da lei, a corrupção e falta de ética que vemos nos noticiários,  nos envergonha! 

Ao Estado, e não me refiro apenas ao Ceará, mas Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco... e outros com números crescentes de violência, pergunto: Onde estão as políticas públicas? Pensando sobre isso, é importante entender que os "marginais" de hoje, são as crianças de ontem. O que foi feito para elas no passado? Nesse sentido a responsabilidade também não compete aos governos passados? A impressão que tenho é que os atuais trabalham mais "apagando incêndios" do que planejando e executando ações eficazes. 

Eu ouço e vejo muita gente reclamando do despreparo e da falta de policiais nas ruas. Sobre isso, em se tratando do meu estado, eu volto meu pensamento para 10 anos atrás e penso que não tínhamos o número de policiais que temos hoje e chega a ser trágico perceber que aumentou o contigente da polícia e o índice de criminalidade também. 

O fato é que na minha opinião é uma utopia apontar o dedo para apenas um dos muitos culpados e se ausentar do papel de cidadão no sentido de fazermos a nossa parte. 

Eu deixo essa frase "fazermos a nossa parte" aos pais, responsáveis em apresentar a seus filhos os princípios morais e éticos que fortalecem o indivíduo na hora de dar um "não", seja para um brinquedo que insufle a violência,  seja para um filme com esse propósito,  seja para a droga ou para o egoísmo, tão presente em atos violentos. 

Fazermos a nossa parte em mostrarmos aos que consideram inofensivo o uso da maconha, sobre o que está por trás de quem fabrica e comercializa.

Fazermos a nossa parte em alertarmos sobre o perigo de se comprar produtos roubados ou com procedência duvidosa. Isso, me lembra um porteiro, de um prédio que trabalhei, que a cada 15 dias ou menos, exibia relógio de marca e celulares, com valores bem maiores do que o salário dele. 

Fazermos a nossa parte, no sentido de ajudarmos Instituições que trabalham pelo social e por comunidades que na maioria das vezes precisam muito mais do que "feijão e arroz". Precisam do entendimento do que são valores morais, princípios éticos, respeito e como nos ensinou Jesus, amor ao próximo.

Fazermos a nossa parte em valorizarmos a importância do voto, que no Brasil é facilmente corrompido, não apenas por dinheiro, mas também por favoritismos e cargos.

Fazermos a nossa parte em falarmos mais de paz. Em orarmos a Deus por esse momento que o mundo atravessa, dos falsos valores e conceitos deturpados.

Quandeo eu era criança, li um texto no meu livro da escola, que infelizmente não lembro e trazia a reflexão sobre o "Jeitinho Brasileiro". Me pergunto hoje, porque ele ainda não acabou e quando irá acabar?


Um comentário:

  1. Vixi!!! Jeitinho brasileiro acabar? Eh mais fácil o Sertão virar Mar e o mar virar Sertão!!!

    ResponderExcluir