quarta-feira, 6 de março de 2013

Adulto de hoje, criança de ontem!

Sempre que vejo a notícia de alguém que tenha desencarnado¹ com uso de drogas ou alcool, me pergunto quem foi essa pessoa quando criança, se era amado, ou melhor, sentia-se amado? E automaticamente lembro das crianças que conheço.

Triste pensar que o ser humano tenha oportunidade de escolher caminhos, cair e levantar, aprender consertando erros, viver e acabar por desistir de tentar ser feliz. Hj ao assistir a reprise de uma reportagem sobre o cantor Alexandre Abrão, Charlie Brown Jr, compreendi o quão sensivel era ele. Me emocionei ao vê-lo emocionado com uma fã em recuperação de um coma profundo, afirmar que o amava. Percebi uma simplicidade em meio a fama e o sucesso, que me chamou atenção. Óbvio que só os mais próximos realmente o conheciam e poderiam afirmar se estou certa na minha percepção. Enfim! O fato é que me veio diversos questionamentos a respeito da felicidade e do que realmente vale a pena. Esse cantor apresentava características de depressão, chegando a afirmar que sentia-se só em meio a multidão. E quantos não se sentem assim em meio as provações da vida. Associo esse pensamento a um vazio existencial, em que nada faz sentido, a não ser uma grande vontade de ser feliz. Vontade que o depressivo não percebe, porque a tristeza, a dor, o vazio, existe pela falta de algo, de significado, da necessidade natural do ser humano em sentir-se feliz.

As especulações é de que esse cantor estaria depressivo após o fim de um casamento. Ele seria co-dependente²? Quantas pessoas sofrem por esse motivo? E quantas rejeitam apoio psicologico ou psiquiatrico? E por que a ilusão de sanar o sofrimento momentaneamente com alcool e drogas?

Como eram os adultos depressivos durante a infância? Quem eram seus familiares? Do que gostavam de brincar? Tinham amigos? Recebiam afeto? Como se comportavam? Trago todas essas perguntas por entender que é na adolescência, logo após a infância, que a maioria das pessoas experimentam alcool ou drogas pela primeira vez, sem ainda não terem tido vivências que possam promover escolhas mais acertadas. Suscetíveis a mídia, aos modismos e a impulsividade da juventude, beneficiando os que enriquecem com esse consumo, escolhido durante um periodo de imaturidade.

Por isso e por muitos outros motivos é que defendo a causa de cuidarmos de nossas crianças! De ama-las, orienta-las e educa-las para serem f-e-l-i-z-e-s! Saberem fazer boas escolhas, levantarem-se diante das "quedas", tornarem-se adultos seguros e capazes de sentirem a felicidade em si mesmos! Defendo a leitura de livros que ajudam pais e educadores nas novas propostas da educação em meio a um mundo repleto de transformações, defendo a escolha de uma religião que transmita segurança nos momentos difíceis, seja qual for o momento na vida, defendo a substituição da "palmada" e do castigo pela assertividade e de momentos com lazer que fazem tanto bem a memória do ser humano na fase adulta! 

Adorava assistir o Snoopy na minha infância e a primeira vez que ouvi falar do Charlie Brown Jr. lembrei do personagem. Só hj soube que seu nome artístico era realmente uma referência ao personagem. Eu imaginava, mas nunca havia tido certeza!


 1. Desencarnar: abandonado a carne; passar para o mundo espiritual; morrer Disponível em: http://www.dicio.com.br/desencarnar/  Acesso em 06/03/2013
2. Codependência - Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3696.shtml  Acesso em 06/03/2013