Primeiramente,
preciso dizer que em nenhum momento quero isentar a responsabilidade que cabe
as autoridades. Mas, não posso deixar de trazer minhas observações sobre o
assunto:
O que vejo é
que para se falar em violência e reclamar sobre a situação que aí está, é necessário entender que ela não é parte de um
grupo, um município, um estado ou um
país inteiro, mas de todo o mundo. Para medi-la também é importante definir
qual o tipo de violência: doméstica, urbana, sexual,
psicológica??? Bom, o fato é que há esses e outros tipos generalizados em
todo o mundo. Há altos índices de xenofobia na Espanha, de violência sexual na
Índia, de bullying em países considerados justos socialmente, bem como também,
terrorismo, escravidão (absurdo, mas existe!), tráfico de pessoas e obviamente
crimes dos mais variados.
Em se tratando
de Brasil, os números de criminalidade assustam e daí minha reflexão sobre o
tema.
Mesmo sem ser uma expert no assunto, percebo que há uma parte da
sociedade que considera normal fazer uso de maconha, dentre outras drogas
ilícitas. O que esses usuários não percebem é que esse tipo de consumo,
alimenta o tráfico, que compra armas, que enriquece traficantes e marginaliza
crianças e adolescentes que comercializam a droga entre o usuário e o
traficante na grande maioria das vezes.
É grande o
número de assaltantes que cometem o crime para comprar entorpecentes. É grande
também o número de intelectuais, classe média e alta da sociedade, considerada
mais esclarecida (inteligente???) que fazem o uso e não percebem a
responsabilidade que os cabe na sociedade a que pertencem.
Essa semana,
fazendo uma pesquisa para um artigo da faculdade sobre Dependência Química,
pude constatar com um profissional que atua na área, que o primeiro contato dos
dependentes se dá com o álcool e a maconha. E isso, não é difícil de imaginar
porquê!
Outro aspecto a
ser considerado, para os altos índices de assalto é o elevado grau de
consumismo gerado pela sociedade. A necessidade de se possuir o lançamento do
tablet da marca X, o celular, o notebook... Tem saído do normal. Ás vezes, a
compra é feita apenas para mostrar status e nem sempre para satisfazer uma
necessidade coerente. Mas estou abordando isso, chamando atenção para o
seguinte: Do mesmo modo que uma pessoa com condições deseja tal produto, o sem
condições deseja também. E essa ânsia
por tal objeto é alarmante quando a compra de produtos roubados torna-se banal.
Como assim? É simples! Muitos dos produtos roubados, são vendidos livremente.
Muitas vezes compradas por pessoas "honestas" e desinformadas. Não
responsabilizo apenas as autoridades competentes pela fiscalização, ou melhor ausência de tal ato, mas também o sujeito que compra e contribue
para novos roubos, novos assaltos.
Um outro alerta
e aí sim me reporto as autoridades brasileiras, é referente a Justiça. Ou
ausência dela. A facilidade com que criminosos são soltos, a flexibilidade
exacerbada da lei, a corrupção e falta de ética que vemos nos noticiários, nos envergonha!
Ao Estado, e
não me refiro apenas ao Ceará, mas Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia,
Pernambuco... e outros com números crescentes de violência, pergunto: Onde
estão as políticas públicas? Pensando sobre isso, é importante entender que os
"marginais" de hoje, são as crianças de ontem. O que foi feito para
elas no passado? Nesse sentido a responsabilidade também não compete aos
governos passados? A impressão que tenho é que os atuais trabalham mais
"apagando incêndios" do que planejando e executando ações eficazes.
Eu ouço e vejo
muita gente reclamando do despreparo e da falta de policiais nas ruas. Sobre
isso, em se tratando do meu estado, eu volto meu pensamento para 10 anos atrás
e penso que não tínhamos o número de policiais que temos hoje e chega a ser
trágico perceber que aumentou o contigente da polícia e o índice de
criminalidade também.
O fato é que na
minha opinião é uma utopia apontar o dedo para apenas um dos muitos culpados e
se ausentar do papel de cidadão no sentido de fazermos a nossa parte.
Eu deixo essa
frase "fazermos a nossa parte" aos pais, responsáveis em apresentar a
seus filhos os princípios morais e éticos que fortalecem o indivíduo na hora de
dar um "não", seja para um brinquedo que insufle a violência, seja para um filme com esse propósito, seja para a droga ou para o egoísmo, tão
presente em atos violentos.
Fazermos a
nossa parte em mostrarmos aos que consideram inofensivo o uso da maconha, sobre
o que está por trás de quem fabrica e comercializa.
Fazermos a
nossa parte em alertarmos sobre o perigo de se comprar produtos roubados ou com
procedência duvidosa. Isso, me lembra um porteiro, de um prédio que trabalhei,
que a cada 15 dias ou menos, exibia relógio de marca e celulares, com valores
bem maiores do que o salário dele.
Fazermos a
nossa parte, no sentido de ajudarmos Instituições que trabalham pelo social e
por comunidades que na maioria das vezes precisam muito mais do que
"feijão e arroz". Precisam do entendimento do que são valores morais,
princípios éticos, respeito e como nos ensinou Jesus, amor ao próximo.
Fazermos a
nossa parte em valorizarmos a importância do voto, que no Brasil é facilmente
corrompido, não apenas por dinheiro, mas também por favoritismos e cargos.
Fazermos a
nossa parte em falarmos mais de paz. Em orarmos a Deus por esse momento que o
mundo atravessa, dos falsos valores e conceitos deturpados.
Quandeo eu era criança, li um texto no meu livro da escola, que infelizmente não
lembro e trazia a reflexão sobre o "Jeitinho Brasileiro". Me
pergunto hoje, porque ele ainda não acabou e quando irá acabar?