"Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós. e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve". Jesus (São Mateus, cap. XI, v. 28, 29 e 30)
Muito se tem dito sobre um dos males que só aumenta nesse século: A depressão. Os dados da Organização Mundial de Saúde – OMS afirmam que 350 milhões de pessoas, sofrem de depressão no mundo. Definida como melancolia na antiguidade por Hipócrates, 400 a.C, a tristeza e perda de interesse são as principais características.
Ainda pouco respeitada como
doença por desconhecedores de seus males, podemos dizer que é uma doença
silenciosa, com caminho tortuoso, que pode ter como ponto final, o suicídio. É
um mal que acomete crianças, jovens e adultos, tendo tipos específicos em
alguns casos como a depressão infantil ou a depressão pós-parto. Seu nível de
gravidade, se dá desde uma distimia (leve depressão) a gravíssima, ocasionando o
suicídio. Seus principais sintomas são: tristeza e euforia, choro frequente,
perda ou aumento de peso, insônia e excesso de sono, isolamento social,
sentimentos de culpa e de desamor, ansiedade e comportamento suicida, com tentativas em
casos gravíssimos.
Ao contrário do que parece, o indivíduo que sofre
com a depressão mais almeja é ser feliz. Seja qual for seu ideal de felicidade, a ausência de condições que o felicite,
é o que ocasiona a doença, promovendo pensamentos destrutivos de incapacidade em
sentir a almejada realização.
O peso dos sintomas que a doença
causa, em especial a tristeza e o abatimento é o que mais se confronta com a
vontade de ser feliz, abrindo portas para a fuga da dor pela não felicidade:
Dormir pra tentar esquecer a sensação de infelicidade; comer para sentir
prazer; fumar para acalmar a ansiedade; fazer uso de substâncias psicoativas
(álcool, drogas e medicamentos) com a ilusão de prazer momentâneo e tudo que
possa mascarar sua realidade.
A crise existencial por não
atingir seu ideal de felicidade, gera pontos de vista que se fortalecem na
medida em que a doença evolui, como: sou um fracasso; sou um nada; a culpa do
meu sofrimento é de fulano, minha família, meu país ou meu passado; não mereço
amor; ninguém me ama; não sou o padrão de beleza, inteligência, riqueza ou
sucesso para a sociedade; não quero mais viver; não aguento mais.
Um caos mental se instala e além
de fugas e excesso de pensamentos destrutivos, o indivíduo insatisfeito vê
também seus medos e angústias aflorados, fazendo com que se isole das pessoas,
por receio do julgamento de outros, afinal, “o que as pessoas irão pensar?”,
demonstrando o orgulho disfarçado de covardia.
No fundo o que mais se quer é ser
feliz! Mas, para ser feliz, tudo precisa ser perfeito, sem frustrações, sem os
naturais “nãos” da vida. É preciso ser rico, ter sucesso, ser amado pela pessoa
que quer (às vezes nem sabe se ama, mas quer), nada pode dar “errado” (segundo
seus padrões), porque só é ou será feliz se for pai, mãe, casado (a), amado
(a), formado (a), bonito (a), magro (a), popular, famoso (a) etc. Isso sempre
no limite de tempo definido pelo individuo, que tem pressa, afinal, sofrer por
não ter algo que quer é muito pesado e a necessidade de livrar-se da
angustia o mais rápido possível é urgente. Há uma ausência de paciência e
esperança.
Estabelecer situações que nos
faça felizes é normal e natural do ser humano. Tanto que quando não somos nos
sentimos mal. Mas querer que tudo aconteça ao seu modo é um erro. Quantas
pessoas adotam filhos por não poderem gera-los? Quantos acreditam não serem
amados, descobrindo mais tarde que o são e entendendo que estava errado sobre o que acreditava? Quantos entram na faculdade depois dos 30, 40, 50... anos? Quantos
mudam de profissão? Quantos acreditam não serem bonitos, quando na verdade o
são? Quantos querem ter o peso ideal e
correm atrás de obtê-lo saudavelmente? Quantos são famosos, populares e ainda
assim infelizes? Quantos vivem felizes mesmo sem saúde, aceitando sua
adversidade com resignação?
Saber lidar com as dificuldades é
a grande questão! É daí o ponto de partida para a prevenção ou o tratamento da
doença. Todos sofrem por algum motivo e em algum período da vida, mas não para
sempre e nem pelo mesmo motivo. Se pensarmos em nossas vidas há um ano
percebemos que havia problemas a resolver. O mesmo para 5 anos, 10 anos...
Passou? Aprendemos algo com esses momentos? Com certeza! Hj os problemas são
outros? E tenhamos certeza, de que esses também passarão! Problemas e dificuldades
sempre vão surgir e entender nossa conduta emocional é o que nos encoraja aos
enfrentamentos. O modo de vermos as situações nos dá uma consciência do tamanho
do problema. Um exemplo ilustrativo disso é a história do “copo meio cheio,
meio vazio”. Depende de quem vê. Buscarmos saídas, tentar ver a tal “luz no fim
do túnel”. Encontrar um novo caminho. A expressão “não há remédio pra morte” é
bem conhecida e atormenta todos aqueles que acreditam terem perdido seus entes
queridos. Há muitos modos de refletirmos a respeito disso. É preciso encontrar meios
de conviver com a realidade. A saudade existe, dói! O que fazer? Encontrar um caminho para se continuar
vivendo. Pensar que aquele que partiu, não gostaria de ver a pessoa que ama
paralisado, sem vontade de viver. Buscar conforto na oração. Viver em homenagem
ao que partiu, buscando meios para preservar sua memória. Olhar para céu e
conversar com alguma “estrelinha” como ensinamos as crianças. Ou olhar para o mar ou uma foto. Conversar com um psicólogo, buscar a terapia, um religioso,
alguém de sua confiança. Fazer algo que o permita continuar vivendo, mesmo sem
seu alguém, entendendo que todo ser humano um dia se vai, cedo ou tarde. É uma
condição natural que pode acontecer a qualquer momento.
O que dizer então de outros tipos
de sofrimento? Para encontrar exemplos de saídas para todos os problemas
existentes no mundo, seria necessário publicar um livro. São diversos os
mecanismos de defesa que podemos encontrar para proteger nossa emoção. Mas o
maior e melhor deles é crer em Deus. Com todo respeito aos que acreditam que se
possa separar a crença em Deus dos problemas que enfrentamos, afirmo que viver
sem acreditar nele é o combustível para se sofrer mais.
Se observarmos bem, os que creem
em Deus sofrem mais resignados e por isso mais aliviados nos momentos difíceis.
Alguns dizem: acredito em Deus, mas não tenho religião! Outros dizem que gostam
de determinada religião, mas não frequentam. Outros dizem acreditar, mas na
verdade dizem por dizer. Essa é uma questão muito relevante
quando falamos de depressão, porque está relacionado à fé. A religião é a
direção para se entender a existência de Deus. Não aceitar isso é renunciar o
conhecimento mais útil na hora de sofrer. É preciso conhecer, entender os “por
quês”. É muito fácil ir uma vez ou poucas vezes a um lugar religioso e
discordar de tudo, afirmando que Deus não existe. Existe! Frequentem mais de um
lugar até encontrar um que o façam senti-lo. Busquem leituras com explicações
de sua existência. Procurem na história da humanidade exemplos dos que descobriram
que ele existe: Santo Agostinho, Paulo de Tarso, Albert Einstein, Isaac Newton, Thomas Edison... Conversem com quem acredita nele e perguntem por que acreditam? Procurem por ele e o
encontrarão! Mas não vivamos na crença de que sofremos em vão, de que a vida
começa e termina sem um sentido maior.
Até existirem crenças não
religiosas, de que Deus não existe, a depressão tomará conta da humanidade,
agravando-se com o suicídio, sem a esperança de que dias melhores existam.
LARANJEIRA, Ronaldo; CORDEIRO, Daniel; DIEHL, Alessandra. Dependência Química. Ed. Artmed. 2011
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=61-r6znpg5s Acesso em 06 de setembro de 2014.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=20VG7bdZ1Lg Acesso em 07 de setembro de 2014.
Biblia - novo testamento.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=61-r6znpg5s Acesso em 06 de setembro de 2014.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=20VG7bdZ1Lg Acesso em 07 de setembro de 2014.
Biblia - novo testamento.