terça-feira, 12 de novembro de 2013

Será que só precisamos ensinar o indivíduo a dizer "não" para as drogas?

Estudando os assuntos que norteiam a temática da dependência química, pude conhecer melhor os aspectos que envolvem um indivíduo na utilização de alguma substância psicoativa.

Primeiro que não se trata de algo recente, das três últimas décadas, como muitos acreditam. O ópio é um exemplo de narcotico utilizado a séculos como forma de "sair da realidade" e obter alguma tipo de alteração no sistema nervoso, que muitos pensam ser prazer.

Resolvi expor o "prazer" no sentido dúbio, por entender que o prazer para ser satisfatório necessita ter ligação com o bem estar do indivíduo, algo que o usuário descobre em pouco tempo não existir. É certo que cientificamente o sentido de "prazer" está correto, por entender que as alucinações causadas acionam a região do cérebro responsável por tal sensação. Doce ilusão, na minha opinião.

Passados os tempos, o ser humano encontrou novos vícios, novas sensações. A maconha, a mais comum dessas susbtâncias é considerada a porta de entrada para o uso de drogas consideradas "pesadas", segundo especialistas. Ou seja, para o uso de substâncias com efeitos mais fortes. O álcool, segundo eles, também apresentado pela sociedade como inofensivo, potencializa essa possibilidade. Entendam o que quero dizer: Um indivíduo bêbado, usuário de maconha em meio a outras pessoas utilizando outras substâncias pode vir a experimentar algo mais forte. Ou não? Isso vai depender de algo que está intrinsecamente ligado ao uso de substâncias psicoativas, a Emoção.

As condições emocionais do indivíduo é que determinam o SIM e o NÃO para o uso, como também se será dependente ou não. E esse é o ponto do meu texto! A minha observação é o quão frágil emocionalmente é um dependente químico. Se pensarmos na quantidade de pessoas depressivas e infelizes, de jovens revoltados com a ausência de amor, de homens frustrados com algum tipo de fracasso, de vidas vazias em busca de emoções que possam suprir algo, entendemos a realidade do mundo em que vivemos, bem como o aumento do consumo de entorpecentes.

Há adolescentes que entram no vício para satisfazer um namorado (a). Engano! Entram por serem inseguros, por medo que o(a) namorado (a) o (a) abandone. Oh! O quanto é difícil ser rejeitado, afinal de contas cresceram para vencer, não é verdade? Calma, que não estou afirmando o contrário. Não devemos ensinar nossas crianças e jovens a perder, mas ensina-las a lidarem com a perda.

Há homens de negócios, que se tornam alcoólatras, pela necessidade de fazer parte de um meio social, por terem fracassado profissionalmente ou na vida pessoal. Engano! Entram porque são potencialmente orgulhosos e vaidosos, por não suportarem a crítica das pessoas, por vergonha do que os outros poderão dizer. Oh! Como é vergonhoso o que os outros irão pensar! Afinal, por algum motivo necessitam sentirem-se superiores sempre. Há músicos, que assim como o exemplo acima não sabem o significado de fracasso e para tanto não compreendem o sentido de perda e se afundam naquilo em que se acostumaram a usar como objeto de "prazer".

Há mulheres (e homens também), que se tornam dependentes por não suportarem a rejeição do ser amado. Quantas pessoas conhecemos que bebem desesperadamente, na esperança de "esquecer as mágoas". E quantas são as ocasiões em que outras substâncias surgem nesse momento. Oh! Como ser "abandonado" por alguém fere o orgulho do ser traído, trocado. Quanta culpa, tristeza e desespero já tivemos a oportunidade de presenciar.

É claro que os exemplos citados estão generalizados, mas convenhamos que são bastante comuns. A questão é entendermos a origem de nossos problemas, as dores emocionais, a culpa e os traumas (Se pensarmos pela linha de Freud). Entendermos o cuidado que devemos ter na educação de um ser humano, o amor que devemos dar a uma criança e adolescente, a compreensão que devemos ter com um indivíduo dependente. Ao generalizar e ser um pouco sarcástica nos exemplos, busquei apenas trazer uma melhor compreensão do que me propus a escrever, mas na realidade, entendo que cada ser humano é alguém diferente do outro, com uma individualidade própria, com uma história de vida própria, com um modo diferente de sentir.

Dois irmãos podem ser criados com as mesmas condições, com os mesmos "sins" e "nãos", mas um deles pode ter um modo diferente de entender essas interjeições e construir uma estrutura emocional psíquica frágil, suscetível as ilusões do mundo, cabendo aos adultos de um modo geral, pais, avós, tios, padrinhos, professores e religiosos no papel de educadores, valorizar os atributos morais de humildade, amor e respeito consigo e com o próximo.

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