terça-feira, 5 de novembro de 2013

Vc tem certeza que a palmada funciona?


Muito tem se falado sobre a eficácia da palmada ou mesmo a surra como punição por indisciplina infantil e quem me conhece sabe que sou contra.

Esse tipo de punição, nada mais é  do que um modo de correção com o uso da força física, com o objetivo de causar dor  suficiente para mudar o comportamento da criança.  Pesquisas mostram que o castigo corporal influência negativamente a saúde mental da criança.  O que isso que dizer? Que a criança que passa por esse tipo de situação,  pode ter depressão (Csorba et al., 2001); TURNER; FINKELHOR, 1996), crises de ansiedade, infelicidade (EAMON, 2001; LAU et al., 1999), dentre outros tipos de instabilidade emocional,  como falta de auto-estima, transtornos alimentares e agressividade ( DURANT et al., 1994).

E vamos ser francos! Ninguém bate em uma criança quando está calmo. Há sempre um sentimento de raiva, misturado há outros que não apresentam nenhum sintoma de equilibrio emocional durante o ato. Mesmo em uma simples "palmadinha", não é verdade?

É muito comum as crianças que apanham, apresentarem comportamentos agressivos. Observem também que quanto mais apanham, mais indisciplinadas são e é exatamente isso que me chama a atenção.  Por que crianças com uma facilidade para entender os mais diversos assuntos do mundo de hoje, se permitem apanhar mais de uma vez pelo mesmo motivo? Teimosia? Gostam de sentir dor?

Embora esse tipo de punição tenha como objetivo agredir apenas o corpo, na maioria das vezes é o emocional que mais se atinge.  Ás vezes, a pancada nem doe tanto assim, mas só o fato de partir de alguém que se ama muito, a dor parece multiplicar-se a cada ato.

Interessante pensar nisso! Conheço pessoas que apanharam quando crianças e que no papel de pai ou de mãe são totalmente contra a esse tipo de punição. Talvez porque lá no fundo, no resgate de suas lembranças infantis,  alguma cicatriz emocional possa se romper?

O que se fazer então para dar os limites que o período da infância requer?

O caminho para uma disciplina infantil eficaz está sempre  em como os pais previnem determinadas atitudes, no exemplo que dão aos filhos e no modo de expressar carinho e diálogo.  Nos casos de punição,  sou a favor dos métodos atuais utilizados nas instituições de ensino, como cantinho do pensamento,  da disciplina ou mesmo a restrição de privilégios (bicicleta, vídeo game, DVDs...)  promovendo a ideia de  responsabilidade pelo ato cometido.

Um diálogo firme, olho no olho, onde o adulto se abaixa e fica frente a frente com a criança,  tem tido excelentes resultados. A conversa com tom de voz suave, transmitindo preocupação com a atitude da criança e uma postura de amor, demonstra a ideia de "não vou fazer mais, porque não quero decepcionar o papai ou a mamãe".

Fazer as crianças repararem os seus erros, também é um método bastante eficiente.  Pedir desculpas,  limpar o que sujaram, consertar...

Dependendo do caso e da idade, prestar serviço a comunidade, como visitar orfanatos,  hospitais e instituições carentes é muito favorável.  As vezes um simples passeio pelas ruas da cidade, mostrando crianças desprovidas de seus direitos,  transmite um bom efeito.

O importante é entender que um castigo corporal pode ocasionar danos no desenvolvimento psíquico e emocional do ser quando adultos, fazendo certos pais repensarem tais atitudes.

Procurem ler a respeito desse assunto e entenderão o que estou dizendo!

2 comentários:

  1. Kelzita, bom ver vc de volta a produção intelectual, UMA pequena observação, há várias criança que levaram suas palmadas e hoje não desenvolveram atos ou comportamento violentos ou agressivos.

    Mas concordo com você em não ser a melhor maneira de educar uma criança, pode até já ter sido, ao meu ver a questão eh de evolução mesmo, pois hoje, eu posso comprovar isso, as crianças não são mais as mesmas de antes. São muito mais espertas e muito mais aptas a compreensão do que lhes eh mostrado euma melhor interpretação do meio.

    Acho que o EXEMPLO é o melhor ensinamento e uma intervenção por meio de conversa, hoje, é bemmmmmmmmmmm mais eficaz!

    Por fim, acho que cada geração deve ser "tratada" respeitando suas potencialidades e suas diferenças.

    ResponderExcluir
  2. Pois é! Prometo escrever mais... Vc tem razão qd diz q nem todos ficaram violentos. A questão é q o risco existe! Relacionei a outros comportamentos tb. Mas assim, n bate no príncipe n, tá? :)

    ResponderExcluir